25 novembro 2007


Via Expressa

Irônico como o amor parece unilateral. Talvez não exista uma relação vivida a dois. Todas as relações são vividas a um. Você namora alguém e esse alguém não te namora, ou você passa anos querendo namorar alguém, para anos depois esse alguém ter namorado você, ou ao menos assim dizer. Você casa com alguém que casou com outra pessoa, ainda que a razão social de ambas seja a mesma, você. Entende? A pessoa não necessariamente casou com você, mas com a idéia que faz de você, assim como você casou com a idéia que faz da pessoa, mas que não necessariamente é a pessoa de verdade, e vice-versa de novo.

Reparem! O que marca o primeiro encontro de um, não é o que marca o do outro, os detalhes não são os mesmos. E quando o são, são por razões diferentes.

Talvez seja verdade que nos apaixonemos pela projeção que fazemos nos outros, por vermos no outro aquilo queremos ver! E ao passar dos anos, quando se torna inevitável tomarmos consciência das reais características do outro, ainda assim as vemos da forma como nos convém. Abrandando onde se quer abrandar, enaltecendo o que nos apraz. E mudando em nós mesmos aquilo que facilita conviver com esse outro, por nos fazer crer que assim queremos e somos, quando não é!

Se a máxima da vida é que nascemos e morremos só, então, talvez, amemos só também. Você ama independente de se é amado ou como é amado em retorno.

E o mais triste é que todos esperamos, somente, ser amados.