05 setembro 2008


Janelas Vazias

Ele sentia um vazio, uma sensação profunda de ser corroído por um vácuo. Lembrava de tudo o que passara e a sensação aumentava. Não sabia ao certo porque se sentia assim, talvez fosse só um vazio passageiro sem causa aparente, talvez fosse medo, talvez fosse saudade. Fosse o que fosse. O que era ele não sabia. Ficava olhando as luzes da cidade pela janela e pensava que seu vazio refletia o vazio da cidade. Comparava. Olhava aquele mar negro de pontos luminosos e acreditava consciente do egoísmo, que o que sentia era pior do que o que os demais desse mar sentiam. E construía pensamentos que defendiam essa crença obscura, acreditando que seu vazio refletia o vazio da cidade em conjunto, mas não individualmente. Tentava imaginar o que as pessoas faziam naquela hora, numa cidade como aquela. Lembrou de todas as casas noturnas, bares e similares, pensou também nas possíveis festas em casas, apartamentos e etc. Percebeu que o que levava a maioria dessas pessoas a esses locais era a solidão, por mais que aparentassem se divertir, e alguns realmente se divertiam, mas a maioria quer fugir da solidão.
Foi só então que percebeu...