30 julho 2009


...

Não sabia nomear aquilo que se formava em seu íntimo. Talvez por receio de experiências prévias. Tinha cautela. Escolhia cuidadosamente palavras. Se esforçava em equacionar aquilo que se formava e fatores mais tangíveis, como tempo, vivências, fatos. Mas se indagava se isso era possível. Receio de que se não houvesse controle, não se segurasse, acabasse por se machucar. Tentava equilibrar esses fatores ... E acabava sem saber que resposta dar.

28 julho 2009


Alva como a...

para Maysa Mundim


Havia um certo prazer em ficar ali mudo só te ouvindo falar, insuspeitadamente, já que geralmente era mais do silêncio e deixava as palavras pra mim. E no meio das frases ter um relance do desbundante sorriso em seu rosto, perfeita harmonia entre lábios e dentes, anseios a incitar.
Falava pouco, mas sorria muito e com prazer. Aliás, esse falar pouco se tornou questionável depois. Talvez no começo tenha parecido assim, mas com um pouco mais de intimidade, mudou o quadro.
E era gostoso estar ouvindo sua voz assim... Grave, porém doce, ou seria aguda e rouca como a de Paula? Não sabia definir. Mais gostoso ainda ouvir sua gargalhada, sonora, cheia, com vontade. Felicidade.
E os cabelos negros, belos. Sedutores. Em contraste com a pela alva, criando um mistério.
Tantos mistérios eu queria desvendar. Me permite? Eu pensava, buscando resposta em seu olhar, sem obter.
Passar de tempo, mais intimidade, conhecer melhor, curiosidades, temperamentos, levando a novas perguntas, novos anseios...

... no fim só a certeza de que não quero te machucar, ao contrário. E você?
Quer me saciar?

14 julho 2009


SÉRIE: QUERIA SER UM X-MEN

Como bom fã de história em quadrinhos (HQ`s) que sou, volta e meia divago sobre o personagem que gostaria de ser, ou que poder gostaria de ter. E obviamente a resposta varia de tempos em tempos, necessidades, momentos.
Inusitadamente hoje me ocorreu, que na atual conjuntura, queria ser o homem múltiplo. Bater os calcanhares e criar cópias de mim, pra fazer as coisas que quero ou preciso. Eu? Ficaria na cama, veria filmes, essas coisas.
Um “eu” iria pra praia, quero/preciso me bronzear. Outro iria à academia, de repente até três iam, um malha peito, o outro ombro, o outro tríceps, e assim por diante. Eles voltam pra casa e pronto, estou sarado e moreno. Um “eu” para coisas burocráticas, outro pra fazer tarefas no computador enquanto vejo peças e saio com amigos.
Agora me dou conta de como seria incrível mesmo, enquanto faço a peça – porque não vou correr o risco d mandar uma cópia no meu lugar e vai que é uma que não sabe as marcas e texto?? – um “eu” vai assistir as peças que quero ver e estão no mesmo horário, filmes. AH! Daria tempo pra tanta coisa.
Não perderia mais aulas de dança, as que são de manhã então... Era só mandar a copia.
E no fim só reabsorve-las e tudo o que elas fizeram passa para o “Eu” original.

Como dizem... Sonhar não custa...