12 janeiro 2009


CIDADE MARAVILHOSA!
Para o Pequeno Príncipe

Rio de Janeiro, 13 (Treze) De Janeiro de 2009 (
Dois Mil e Nove), por volta de 3:20 (Três e Vinte da Manhã). Terça- Feira. Apesar de que para mim ainda é segunda, já que não dormi (espero ter forças amanhã no trabalho). Volto de uma festa para casa, para mim cedo, pois sei que tenho de trabalhar amanhã e também sei que costumo ficar até 5 ou 6 numa festa. Na esquina da Souza Lima, rua de Copacabana (O Bairro Carioca mais Famoso no Exterior), vejo um rapaz sentado na esquina, todo lanhado com o olho roxo sendo abordado por um outro camisa sem manga, preta, que me parece ser do Vasco, time de futebol carioca, mais dois rapazes de bicicleta. Apesar do tom meio agressivo, da menina de rua vindo atrás de mim, das “gringas” ao meu lado e do casal de lésbicas um pouco à frente, que depois eu saberia que uma delas era “gringa” também, sigo em frente, atravesso a rua, porém sem deixar de notar o tom de briga da esquina anterior, sem deixar de notar os pensamentos em minha mente, de que vivo num país de merda, apesar do álcool que ingeri, que este é um País perdido, que parece inacreditável que apenas na esquina anterior, na Rua Francisco Sá, há uma delegacia de Polícia, porém ninguém na porta, ninguém lá dentro disposto à fazer algo enquanto assisto aos rapazes, o de camisa sem manga que parece ser do Vasco, e os dois que estavam de bicicleta começarem a bater no rapaz lanhado que estava sentado na esquina obviamente alcoolizado (digo muito mais do que eu ou qualquer outra pessoa que por ali passasse, já que consegui vir andando para casa, e agora escrevo, e ele estava sentado num esquina de COPACABANA, quem mora no Rio sabe o que quero dizer!), enquanto as tais “Gringas” passam por mim, e divago sobre o que fazer.
Atravesso a rua e começo a voltar em direção à Delegacia, agradeço ao álcool que ingeri, pois creio que sem ele eu demoraria mais a tomar qualquer atitude considerando prós e contras; penso em meu Pai; sigo firme em direção à delegacia, penso que não vai adiantar nada, vejo do outro lado da rua pessoas aproximando-se, alguns do lado que sigo também, enquanto os meus companheiros de calçada parecem só querer ver o que acontece, parece-me que os rapazes do outro lado pretendem tomar uma atitude, ouço a menina de rua, que a pouco passara por mim e pelas “gringas”, clamar pela polícia, penso “ela é doida, mas não é má!”.
Sigo pensando no que irei dizer ao entrar na delegacia e temo parecer um bêbado panfletário apenas por causa do Álcool, quando chego piso firme numa chapa de metal da porta da delegacia e esta faz barulho, gosto! Vai parecer um pouco que estou bêbado, mas vai mostrar minha indiguinação (eu disse que antes disso passei pela porta de mesma mirando lá dentro, vi um único funcionário e uma menina sentada na recepção com uma mala?), entro empurrando forte a porta e digo “Boa Noite! Tem três Caras na próxima esquina batendo num cara!”, o funcionário murmura qualquer coisa levantando seu Nextel para mim, ou assim me parece, e entendo que ele já está chamando uma viatura (NÃO HÁ NINGUÉM ALI?? MESMO COM VÁRIOS CARROS PARADOS À PORTA??). Penso ou digo “OK!”, e a menina da recepção me diz estar preocupada também, me pergunta se houve tiro, digo que ouvi algo parecido, ela diz que também. Ao sair da delegacia, um cara num carro preto tenta me falar do acontecido, digo que acabei de delatar, tenho certeza de que o vi na esquina anterior (Souza Lima), ele deu a volta de carro para denunciar? Pensou no seu Pai no caminho? Ainda há pessoas decentes nesta cidade?
Enquanto continuo meu caminho de volta para casa, percebo que as pessoas que vinham em direção ao acontecido e pareciam que iriam tomar uma atitude, pararam para olhar somente. Que agora há muitos rapazes em volta dos 3 espancadores e do rapaz lanhado, todos parecem “amigos” dos 3, me faço claro? Ao menos entre alguns tapas e chutes o cara da camiseta preta de manga curta, que me parece ser do Vasco, tem de gritar para explicar o motivo de tal atitude. Ao cruzar a esquina da Souza Lima, vejo que o rapaz do carro preto está filmando a cena, falo com ele de novo, e ele me diz que é para registrar o tempo que a polícia demora, na farmácia atrás de nós, pessoas comentam o caso, vemos um carro de polícia chegando 3:25 da madrugada, eu olho no relógio e me pergunto se a polícia demorou cinco minutos para chegar? Ou dez? Ou mais? Desde que saí da delegacia, foi rápido até, mas e desde que tudo começou? Ouço alguém na farmácia dizer, “IH! Agora vão todos sumir! Quer ver?”. E ele está certo, todos os “amigos” que em volta estavam vão debandando, ficando apenas os três do começo, o rapaz da farmácia chega a comentar que se o cara que tudo começou, o de camiseta sem manga, continua por ali calmo, e os dois da bicicleta também, é que alguma merda o lanhado fez!
Lamento ouvir tal declaração e vejo o rapaz do carro preto guardar sua câmera e dizer que gravar mais vai comprometê-lo, nos despedimos e sigo para casa, penso que fiz o que podia e que mais poderia me pôr em perigo e continuo vendo os policiais ouvindo os 4 envolvidos, sabendo que o rapaz-lanhado está em desvantagem devido a sua alteração e que é com isso que os outros 3 contam, mas conto com a pertinência dos policiais!
Sigo para casa!
É! Gil! O Rio de Janeiro continua lindo!


Ps1: Para os curiosos: pelo pouco que ouvi parece que o lanhado queria comprar drogas sem ter dinheiro e apesar de já estar devendo.

THANK GOD I DON`T DO DRUGS!!

6 comentários:

Larissa Teixeira disse...

_ela é doida mas não é má_

naum sabia q vc morava no Rio.... deve ser tudo....

beijão adoro o q vc escreve!

Unknown disse...

Adorei seu texto Gu!
Beijos

Walber piva disse...

fiquei uns 10 minutos... pensando se comentaria o que cansei de ver ao viver ai, que me cansou e me fez sair dai.... e estou aqui... ainda sem saber o que dizer porque palavras nao conseguem expressar. somente consegui ver o que vc viu...porque tb ja vi com meus olhos...e senti.... e me fez tanto pensar...

Walber piva disse...

indignacao seria a palavra, e esperanca vencida de um dia isso mudar...ja la se vao 10 anos de experiencias proprias... e nada mudou....

Roneyb disse...

Apesar de não compartilhar seu pessimismo pois acredito que ver o problema é parte de solucioná-lo (era tudo igual há 30 anos, mas ninguém liava) adorei o post!

Vc tem um ritmo envolvente e um fluxo inconstante que torna a leitura inebriante! Vou torcer para vc escrever com mais frequencia!

tati disse...

maravilha.