02 fevereiro 2008



Preciso de um Controle Remoto!!!

para Eduardo Mihich

Pause. É assim que se encontra minha vida agora, pausada. Ou pelo menos é assim que me parece no momento. Compreendo que isso seja totalmente passível de discussão, já que para alguns o fato de eu andar, comer, sair, enfim, viver, dará a impressão de que minha vida está em play. Mas não está. Ao contrário dos outros, ou pelo menos assim creio eu, minha vida se encontra em Pause. Estagnada no mesmo ponto de antes, parada, já há algum tempo, num ciclo vicioso do qual não pareço conseguir me livrar.

Falshbacks. São tudo o que me ocorrem no momento. Por mais que eu deseje desesperadamente um fast-foward, para descobrir o que será da minha vida, tudo o que eu consigo são flashbacks. Rever tudo o que vivi até aqui, rever meus erros, minhas escolhas, e ter mais fortemente a sensação de que minha vida está absolutamente, inexoravelmente, pausada.

Talvez seja uma questão de ângulo, é possível, talvez seja tudo um grande erro de interpretação. Mas no fundo, o que mais dói, é a maldita sensação de que foi um grande erro de direção. Uma grande pretensão, um grande equívoco, esta obra mal acaba que é minha vida. Aliás, mal acabada, mal escrita, mal produzida, enfim, um erro.

Pergunto-me se eu pudesse editá-la, se o faria? Acho que não. Por mais que eu seja um produto desta vida que agora me parece uma obra de arte de quinta categoria, gosto do que os flashbacks me mostram, gosto da vida que tive, de quem sou, só não entendo e não gosto essa maldita sensação de estar tudo pausado, congelado. Pior, de andar em círculos.

Dizem que estudamos história para aprender com os erros do passado e não repito-los no futuro. Então estes flashbacks devem me mostrar onde errei para que entenda o porquê desse Pause. Mas não faz. Não vejo onde posso estar me repetindo para ter esta sensação, creio até estar fazendo tudo diferente. Então por quê? Por que essa sensação insiste em me atormentar?

Talvez se eu desse rewind? Reviver o que já vivi ao invés de só rever, será que perceberia melhor o erro? Será que alguém o faz?

Ficar preso ao passado também não muda muita coisa, pelo contrário, devo aceitar que isso faz parte do que sou, parte desse meu roteiro, sabe-se lá se traçado por mim ou por Deus, mas o que foi escrito até aqui não tem como ser re-escrito ou editado, é fato, faz parte da cópia final. O que posso e devo fazer é tentar escrever melhor as próximas cenas para ter um grande final. E é justamente isso que pareço incapaz de fazer. Então talvez não seja um pause, mas um bloqueio criativo, se bem que ambos parecem a mesma coisa agora. E não se trata de não querer ou não saber escrever um final feliz, um Happy end, mas por mais que me esforce, por mais que digite as palavras e as imprima a vida não segue o que está escrito e pior, parou num certo ponto do script.

Por tanto, se o roteiro ta pronto, tenha ele sido escrito por mim ou por Deus, por que raios esse filme parou num ponto, que nem ao menos é clímax? E o que, meu Deus, posso fazer para fazer o rolo rodar?

Vislumbro uma possibilidade, uma mão parece apertar um botão e a fita parece rodar lentamente. Espero que não seja só uma encenação, mas fato.

10 comentários:

Anônimo disse...

Tenho essa mesma sensação repetidas vezes, sabia? Te entendo. Me fez lembrar do filme "Click", com Adam Sandler...ator que aliás ñ gosto, ñ simpatizo, mas o filme, embora despretencioso, e água com açúcar é sensível e significativo. Sugiro que vc veja, se já viu, reveja...às vezes essas despretenciosas reflexões trazidas por filminhos americanos nos trazem grandes "Clicks" ...rs...com a permissão do trocadilho....bjs, querido!

Spadaccini disse...

Meu lindo! Como você é talentoso. Agora vou entrar aqui sempre. Adorei! beijocas!

Anônimo disse...

Ai...identificação total.

Danielle disse...

Já me senti assim, mas pra sair dessa estagnação eu mesma precisei apertar o PLAY e decidir um novo rumo, escolher uma nova direção pra seguir com minha vida. Penso que se você se sente num ciclo vicioso, não está satisfeito com o que vive repetidamente. Ao invés de "flashbacks" que tal tentar "viajar" e imaginar tudo diferente? Talvez você precise de mudanças....

Junior disse...

muuuito bom teu texto
huahuauhauha caiu como uma luva pra mim
huahuahuahua

Harley Arruda disse...

Falou de passado e falou de futuro... mas esqueceu do unico momento em que se pode fazer alguma coisa: O agora! E por mais que seja doloroso, relaxe, as vezes o filme pausa pra irmos ao banheiro, para pegar a pipoca ou mesmo para atendermos o telefone... mas rapidamente volta a passar! Não se preocupe! Bjusssss

Anônimo disse...

Vai passar...

hehehhe
adorei o texto!!!
e posso t adintar...
esse momento ñ será o unico na tua vida!!
hehehehe
mas com todo esse talento, será fácil sair dessa rindo muitoooo!!
hehehee
adoro-te!!!
saudades!!
bjs

uma disse...

Play, play every day, play and play and play away, and than play the play you played today, the play
you play every day, play it and play it. Play it and remember it and ask to play it. Play it, and play it and play away. Certainly every one wants you to play, everyone wants you to play away, to play every day, to play and play, to play the play you play every day, to play and remeber it
and play.

rodrigoh disse...

esqueceu de citar alguns botões. talvez uma combinação de toques improváveis possa mixar as histórias

Anônimo disse...

Hora da virada no roteiro desse filme, moço!!! rsrsrs
Não se esqueça de que a pausa é o intervalo entre duas notas musicais.
Rosa Berg