13 dezembro 2009

                                                                Você Tem Fome De Que?


Outro dia você me perguntou do que eu tinha medo. Do que eu tinha tanto medo.
Medo de me entregar? Não, já to entregue. Totalmente.
Tenho medo do que está por vir. Medo de que daqui a um tempo você não me ache engraçado. Mas irritante, egocêntrico, carente, querendo ser O centro das atenções, e talvez seja verdade.
Medo de descobrir que você não é quem eu acho que você seja, como já descobri tantas vezes.
Medo de descobrir seus segredos, podres, os esqueletos no seu armário, por que todos têm. Medo de que você descubra os meus... Por que tenho tantos...
Por que as coisas que no começo são fascinantes se tornam irritantes.
Por que as coisas que no começo parecem fascinantes, sempre acabam por tornarem-se excruciantes.
Por que a vida tem me provado assim...
Por que, por mais que eu queira acreditar que com a gente vai ser diferente, a vida me prova que não vai! Por que todos acham, e é sempre igual! Não que isso seja um problema... Mas pode ser....
Por que todo mundo tem medo do que esta por vir...
Só que eu não sou mais tão jovem, tão ingênuo, não posso dizer que eu não sabia e que não dava pra prever...
Por que eu sou desgraçadamente racional e pessimista certas horas, e traço na cabeça todas as possibilidades e variantes... Pra bem e pra mal. E isso assusta! Pergunte a qualquer um!
Por que tem horas que acho que posso te falar tudo, mas posso mesmo? Você vai mesmo me entender, me perdoar? Continuar sempre igual apesar de tudo?
Por que contos de fadas só acabam com “felizes para sempre”, por que a frase vem logo depois do casamento, mas a gente nunca leu o que aconteceu depois que o Mocinho ficou um tempo casado com a Mocinha....
Por que por mais que eu saiba que estás desesperadamente querendo saber tudo sobre mim, saber o que eu vivi e tudo mais... Será que não faz diferença? Isso é bom?
Por que eu analiso a vida de todo mundo, empiricamente, e o resultado nunca é bom...
Mas ainda assim quero... Quero me queimar... que doa, mas que seja doce... E que seja eterno, enquanto dure!

07 novembro 2009

Dessa vez era diferente. Não havia aflição. Não havia confusão, dor. Só serenidade.
Por que Havia certeza!

26 setembro 2009


Usurpado

E agora você vai alçar novos vôos, procurar novos rumos. E agora outrem vai te incentivar e te apoiar para que possas realizar aquilo que desejas. Para que possas se tornar tudo aquilo que deves.
E dói.
Dói saber que outrem vai dizer as mesmas coisas que eu disse, dar os mesmos conselhos que eu – ou melhor, que outrem disse e deu, - como se fossem inéditos. Dói mais saber que os ouviu como se fosse pela primeira vez.
Dói, por que este outrem é que irá celebrar as pequenas conquistas, vibrar a cada passo, cada degrau. Este outrem que se encherá de orgulho, que saboreará a vitória, como se também a pertencesse, que olhará para trás e terá seus olhos cheio de lágrimas ao perceber a estrada e a evolução.
Mais ainda ao imaginar-te ter gratidão a alguém que tanto me usurpa.
Te desejo felicidade e plena realização.
Mas dói tanto saber que outrem viverá, aquilo que mais sonhei.


Esse texto é um meme proposto por Isa Sousa. A idéia é escrever um texto como se rompesse com alguém. Regras do meme: 1) Escrever uma carta como se estivesse rompendo com seu namorado. 2) Escrever estas regras e uma breve explicação do que é o meme. 3) Indicar cinco pessoas
Recebi o convite da Lian e atendi de bom grado... mas como sou confuso, acho q ficou mais com cara de um Término do que uma carta onde rompo, mas tá valendo, né? Espero que as pessoas que eu indicar também gostem da idéia e se divirtam. São elas: Lari, Vini Cruxen,Fábio, Tatiana e Sabrina.

15 setembro 2009


Além das Tardes... ou O Príncipe Emurado

Quando nascera seu primeiro filho a Rainha embevecida pela beleza de seu primeiro rebento, tratou de pedir que os criados erguessem um muro para protegê-lo das agruras do mundo. Talvez por precaução, receio, ciúmes, super-proteção, vai saber.
Não se faz necessário dizer que o pequeno príncipe era a razão de viver dela, e por tanto o mimava com todas as regalias e atenções que podia dispensar.
O príncipe foi crescendo, cada vez mais bonito e sempre encantador. Alegre, sorridente e educado. Ao contrário do que se podia imaginar não cresceu com afetações pelos mimos de sua mãe. Mas obviamente eram muito próximos e ligados.
Do alto de seu quarto o príncipe podia avistar o mundo lá fora, para além do muro e admirá-lo. Porém jamais havia saído daquele muro que o mantinha ali, seguro, junto ao seio e os olhos maternos.
Certa tarde, uma camponesa andava distraída pelos campos que ficavam entre seu vilarejo e os muros do castelo e pela primeira vez avistou o príncipe, ficara aturdida com sua beleza, seu sorriso aberto, franco, luminoso. O príncipe por sua vez também se interessara pela camponesa, seu espírito alegre e jovial.
Num ímpeto, o príncipe correra até o muro para falar com a camponesa. Palavras, risadas, coincidências, apesar de pouco crível, encontravam paralelos, gostos em comum, mesmo com vivências tão díspares. Ainda que talvez, um se identificasse com coisas dos outro que se quer suponham, por vezes não eram recíprocas, ou óbvias, eram bastante subjetivas.
Outras tardes vieram, outras conversas, mais risadas. A rainha gostava da camponesa, percebia sua boa índole e não notara que o príncipe havia feito um pequeno buraco no muro por onde, príncipe e camponesa, podiam se ver, escutar melhor... Aproximar-se?
Outras tardes, outras conversas, mais risadas... E a camponesa começava a ficar aflita com aquele muro a separá-los. O príncipe preocupado, perguntou o que a afligia, ao que ela respondeu:
“Queria poder derrubar esse muro, mas você não me permite. Queria levá-lo para novos lugares, situações e experiências que você desconhece. Sensações. Mas você não quer, não se permite.
Por mais que me doa dizer isso, eu vejo que você deseja viver outras coisas que não aquelas que sua mãe planejou para você, mas seu amor e devoção a ela não te deixam...
Queria poder te fazer enxergar que todas essas coisas e essas pedras que você ergueu, vão te impedir de uma vivência mais plena. Mas você não quer.
Te fazer perceber que não quero machucá-lo, que podemos descobrir um novo jeito de nos amarmos, sem que deixes de ser Tu, Uno, sem que tenhas que ferir seu vínculo com a rainha. Mas você...
E tudo o que me resta é voltar sempre às tardes, e conversar e rir e estar aqui quando você precisar. E torcer que aos poucos você aumente esta fresta no muro, até que me deixe entrar.
Enquanto isso estarei aqui...
Você me permite?”

03 setembro 2009


Da Série: Queria Ser um X-MEN 2

Lógico que em algum ponto chegaria alguém e cogitaria quando o mais famoso dos X-men apareceria por aqui. Se eu seria o único ser humano a não me “identificar” com ele, ou alimentar o desejo de ser um pouco como ele. Em verdade acho que seu grande apelo é esse misto explícito de homem-animal, e que não leva desaforo pra casa, responde na lata e cai matando sem dó nem piedade, que obviamente todos temos em nosso íntimo, sejamos nós pessoas esquentadas que partem pra briga, e principalmente, se somos calmos e fugimos de uma briga, mas no íntimo sempre nos perguntamos por que não reagimos e etc.
Mas o fato é que realmente, o carcaju, mais conhecido como Wolverine, nuca foi um dos meus personagens favoritos. Mas sabendo que ele poderia causar certo interesse, resolvi postar logo por aqui sobre o mais popular dos X-Membros.
Fator de cura é obviamente a habilidade que primeiro me ocorre. Não mais ficar gripado, menos ainda ter medo da prima suína, nada de dores, inflamações infecções, seria ótimo, né? Fora que, já que o fator de cura ajuda Logan a permanecer jovem por que quer manter o corpo saudável, então de brinde ainda vem a despreocupação se algum terei de usar creme anti-rugas ou qualquer coisa assim, sei que para mulheres esse poder seria uma mão na roda!
E as famosas garras também teriam sua utilidade na vida real. Rio de Janeiro você é abordado por um assaltante na rua, SNIKT! Garras a mostra e o sujeito te deixa em paz, se ele está com faca ou peixeira, só de você ter seu canivete embutido já tira ele do eixo com a surpresa. (e eu particularmente adoro a idéia de três garras, você saca duas bem perto do rosto do cidadão, e ameaça tirar a terceira, quase sádico eu sei, mas divertido, né?). Mesmo que o ladrão tivesse uma arma de fogo, SNIKT! Corta o cano da arma e pronto ele está indefeso.

Ai, ai! Seria ou não seria uma... Garra na roda?

Sentidos aguçados deve ter suas vantagens, mas só de pensar em sentir odores indesejados de vizinhos pouco afeitos à banhos, em barulhos na madrugada, ou de transito diurno a atrapalhar meu sono... não obrigado!

25 agosto 2009


QUANDO TODOS SOMOS PINÓQUIOS

Estranhamente todas as relações me parecem mentira... Você não me ama tanto quanto te amo... Não sou tão especial pra você. Assim como os que me tem por especial pra eles, não são especiais pra mim. As conexões especiais que acreditamos ter com outros só existe pra nós e não pra esses outros.....


A vida é uma mentira!

15 agosto 2009



EQUAÇÃO SEM RAZÃO



Depois da nossa conversa de hoje muitas coisas estão rondando minha cabeça... Coisas que deixei de dizer... Achei que eram melhor não... "por que existem coisas terríveis que precisam ser ditas? " Né?, Mas o fato é que elas aqui ficaram, e o mais estranho é que de alguma forma me parece ainda, que agora, depois de tudo eu deveria ter falado ... Ou não! Será você a pessoa pra quem eu possa falar todas essas coisas???

Pior é eu não saber se amanhã as falarei, por vontade mesmo, ou por me ocorrer...

Acho que o que quero dizer... que quase me revelei por completo e tive receio... Sempre temos!!! E ainda não sei se devo me revelar mesmo, apesar de ter te dado um vislumbre... Ou -não sei- se nunca devemos nos revelar a qualquer um, me faço claro? (quando digo me faço claro é por que as palavras nunca parecem suficientes pra expressar as sensações, não concorda?). Se devemos ser secretos pra sempre, pra nós mesmos! Se há coisas que pertencem só a nós e nunca dividirmos com outrem.
Mas sem nos dividirmos, que graça a vida tem?

30 julho 2009


...

Não sabia nomear aquilo que se formava em seu íntimo. Talvez por receio de experiências prévias. Tinha cautela. Escolhia cuidadosamente palavras. Se esforçava em equacionar aquilo que se formava e fatores mais tangíveis, como tempo, vivências, fatos. Mas se indagava se isso era possível. Receio de que se não houvesse controle, não se segurasse, acabasse por se machucar. Tentava equilibrar esses fatores ... E acabava sem saber que resposta dar.

28 julho 2009


Alva como a...

para Maysa Mundim


Havia um certo prazer em ficar ali mudo só te ouvindo falar, insuspeitadamente, já que geralmente era mais do silêncio e deixava as palavras pra mim. E no meio das frases ter um relance do desbundante sorriso em seu rosto, perfeita harmonia entre lábios e dentes, anseios a incitar.
Falava pouco, mas sorria muito e com prazer. Aliás, esse falar pouco se tornou questionável depois. Talvez no começo tenha parecido assim, mas com um pouco mais de intimidade, mudou o quadro.
E era gostoso estar ouvindo sua voz assim... Grave, porém doce, ou seria aguda e rouca como a de Paula? Não sabia definir. Mais gostoso ainda ouvir sua gargalhada, sonora, cheia, com vontade. Felicidade.
E os cabelos negros, belos. Sedutores. Em contraste com a pela alva, criando um mistério.
Tantos mistérios eu queria desvendar. Me permite? Eu pensava, buscando resposta em seu olhar, sem obter.
Passar de tempo, mais intimidade, conhecer melhor, curiosidades, temperamentos, levando a novas perguntas, novos anseios...

... no fim só a certeza de que não quero te machucar, ao contrário. E você?
Quer me saciar?

14 julho 2009


SÉRIE: QUERIA SER UM X-MEN

Como bom fã de história em quadrinhos (HQ`s) que sou, volta e meia divago sobre o personagem que gostaria de ser, ou que poder gostaria de ter. E obviamente a resposta varia de tempos em tempos, necessidades, momentos.
Inusitadamente hoje me ocorreu, que na atual conjuntura, queria ser o homem múltiplo. Bater os calcanhares e criar cópias de mim, pra fazer as coisas que quero ou preciso. Eu? Ficaria na cama, veria filmes, essas coisas.
Um “eu” iria pra praia, quero/preciso me bronzear. Outro iria à academia, de repente até três iam, um malha peito, o outro ombro, o outro tríceps, e assim por diante. Eles voltam pra casa e pronto, estou sarado e moreno. Um “eu” para coisas burocráticas, outro pra fazer tarefas no computador enquanto vejo peças e saio com amigos.
Agora me dou conta de como seria incrível mesmo, enquanto faço a peça – porque não vou correr o risco d mandar uma cópia no meu lugar e vai que é uma que não sabe as marcas e texto?? – um “eu” vai assistir as peças que quero ver e estão no mesmo horário, filmes. AH! Daria tempo pra tanta coisa.
Não perderia mais aulas de dança, as que são de manhã então... Era só mandar a copia.
E no fim só reabsorve-las e tudo o que elas fizeram passa para o “Eu” original.

Como dizem... Sonhar não custa...

30 junho 2009


... COM PARCIMÔNIA
Para Morena Cattoni

Olha eu sei que isso pode parecer confuso, ou até ser frustrante pra você. E por favor, não debocha dessa minha mania de transformar tudo em uma grande questão, maximizar as coisas desse meu jeito “Drama Queen”. Mas é que as coisas são importantes pra mim.
E eu preciso falar pra tentar fazer mais claro o que quero dizer, tanto pra mim, quanto pra você. Para que não incorramos na premissa de que “comunicação não é o que você diz, mas o que o outro entende!”
É! Eu sei que na hora de conversas sérias eu tenho uma tendência à diplomacia e a usar palavras “pouco usuais”, digamos assim. Mas isso agora não tem a menor importância, não é?
O que queria que você entendesse é que desde que você me fez aquela proposta, eu tenho me digladiado comigo. Por que por um lado eu quero te dizer que sim, que isso é tudo que mais quero, e por outro que não, por que no fundo isso é uma grande bobeira, que está fadado ao fracasso e que está bom como está, pra que mudar?
Mas calma. Tá vendo? É por isso que preciso de tempo pra desenvolver, pra que você não entenda mal esta minha dúvida e ache que é algum medo irracional e primitivo. É muito baseado numa análise empírica.
Como eu disse a minha primeira vontade é dizer sim! Que quero realizar esse desejo quase infantil de vida a dois, esse sonho que parece que nos foi incutido de uma existência una. Que nem sei bem de onde vem. É decorrer da paixão? Ou reflexo de uma quase imposição social? Por que acreditamos que é isso que leva o decorrer de uma relação?
Então me pego pensando que isto é um modelo de relacionamento fadado ao fracasso, que precisamos de nossa individualidade, que por mais que se queira, não estamos preparados pra nos desnudar tão completamente um para o outro, que esse convívio intenso desgasta uma relação e perde o sentido nos dias de hoje, e quando falo nós não me refiro a você e eu, mas nós todos, seres humanos, sociedade atual.
E justamente nessa hora que tenho medo de parecer uma tentativa de fuga, ou que uso argumentos para disfarçar desinteresse, ou ainda que nem me dou conta de que se tenho este tipo de indagação é por que “não estou tão afim assim” – ou de ao menos que você ache isso.
NÃO! Não é isso. Percebe? Essa é minha natureza de tudo transformar em questões e dialética. O sentimento quer uma coisa e a razão... A razão analisa. Prós. Contras.
Mas acredita quando digo que se dependesse de mim, estaria com uma algema a prender-me junto a sua cama.
Me faço entender?

14 maio 2009



Rubro

Para Carol Lemos e Uma Thurman


Chegava sempre com seu jeito maroto, sorriso moleque, de bermuda e chinelo de couro. A voz profunda de homem feito, o olhar essas épocas a misturar, em um amálgama de infante e senhor.
E os cabelos de fogo a me incendiar! Aquela atípica coloração despertando desejos e curiosidades do mais brando ao mais tórrido. Vontade de passar as mãos por seus cabelos, para fazer meu jovem senhor relaxar, beijar-lhe a boca em seguida e acariciar também sua pele cheia de sardas. Tentava esconder esses anseios, mas não muito, pra ver onde ia dar.
Estava sempre tenso, preocupado, tinha muitas questões, o que despertava em mim um lado professoral, de instruir, acalmar relatando vivências, minhas ou de outrem, e essa necessidade de apaziguar, acariciar, aconchegar.
E junto deste querer cuidar, vinha aquele fogo a atiçar outras vontades. Numa hora dar colo, na outra arranhar-lhe, beijar-lhe vagarosamente, depois abrupta e apaixonadamente, ondas de sentimentos e quereres!
Uma curiosidade de desvendar aquelas sardas... Até onde iam?... Aqueles pequenos cabelos... Meio vermelhos... Meio loiros... Até onde se estendiam?... E os boatos seriam verdade??!!!
Já podia antever a hora de amar, seria gentil, carinhoso, mas ainda assim furioso, vulcânico. E nos perderíamos nesta festa por horas a fio, esquecendo do mundo lá fora, sem lembrar do que mais existia, além dos nossos corpos ali a se desfrutar.
Diferenças de idade, experiências, não importariam... Tudo o que precisávamos era deste desejo, deste gostar, cuidar... O resto de alguma forma havia de se resolver.

Será?

03 abril 2009


DO YOU SLEEP ANYMORE?
Para Lisa Loeb

“You Can`t Give Yourself Absolutely to Someone Else”; Ela escrevia, ainda com lágrimas nos olhos, a última frase de sua nova composição, violão em punho, esperando que aquela fosse a última vez que ele saia pela porta. Figurativamente falando, pois ela sabia que ele teria de voltar devido à relação com seus filhos e dos filhos dele com os seus. Mas previa o que viria nos anos a seguir?
Estava cansada de tantas idas e vindas, de ser coadjuvante em uma peça na qual havia sido protagonista, de ouvir que ele não podia, ou não queria ou não conseguia – qualquer coisa assim – “ser de uma mulher só”. Fatigada pôs um ponto final, desta vez esperando que fosse definitivo.
Ao escrever esta última frase da canção, relembrando quantas mulheres houveram antes dela – e se soubesse quantas viriam depois ainda, teria mais certeza – percebeu que ele não conseguia ser íntimo de ninguém, não essa coisa de nu, fluídos e suor, não! Mas de ser verdadeiramente íntimo de alguém, deixar-se conhecer profundamente, que alguém quase que adivinhasse seus pensamentos, antes mesmo que este se formasse em sua cabeça, saber o que se quer antes mesmo de você, entender as entrelinhas, quando avançar e quando recuar, coisas assim.
Fora a última vez que ele saiu por aquela porta. Ela continuou fazendo suas músicas, contando suas histórias, namoros, casamento. Ele, perto dos 60, casado, arranjou uma namorada, ia separar-se pra casar com ela, acreditava ter encontrado o amor de sua vida.
Tragicamente o destino o pregou uma peça, tirando-a de todos, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa. Teria sido ela o seu amor? Ele teria parado de procurar outras? Ele deixaria que ela adivinhasse seus pensamentos?

...

Ficamos em silêncio por um tempo, ela me olhando e sabíamos que ambos pensávamos a mesma coisa. Que ele parece tanto com você, por alguma razão! Comentamos então que tememos que você seja igual a ele, incapaz de ter verdadeira intimidade com outrem, por que muitas das coisas que ele disse, você disse. E dizemos ainda, que não queremos que também acabes com estas perguntas, sem respostas, ou sempre numa busca sem fim. E que talvez seja uma busca infundada...
E podemos estar enganados, completamente. E chegamos mesmo a dizer que Se estivermos certos, Se... Ainda que uma pequena parcela disso seja verdade... Que gostaríamos de pedir que, por favor, procures ajuda, por favor!

Mas não dizemos nada!

27 março 2009


QUESTÕES


Sabe que ás vezes choro por você?
Sabe que ainda sonho com você?
Seja acordado ou dormindo?
Sabe que ainda te desejo?
Você deixa? Quer?


Penso em você
Só querendo saber
Se estás pensando em mim
Tento esquecer
Que não dá pra saber
O que será no fim

É difícil imaginar?
Que ainda possa te almejar?
Desejar?
Sentes o mesmo que eu?
Achas loucura?

Penso em você
Só querendo saber
Se estás pensando em mim
Tento esquecer
Que não dá pra saber
O que será no fim

Só o tempo dirá?
Quanto tempo? Que tempo?
Quando? Como?
Certeza?

Penso em você
Só querendo saber
Se estás pensando em mim
Tento esquecer
Que não dá pra saber
O que será no fim

RJ, 25 para 26/12/2003, às 00:25

12 janeiro 2009


CIDADE MARAVILHOSA!
Para o Pequeno Príncipe

Rio de Janeiro, 13 (Treze) De Janeiro de 2009 (
Dois Mil e Nove), por volta de 3:20 (Três e Vinte da Manhã). Terça- Feira. Apesar de que para mim ainda é segunda, já que não dormi (espero ter forças amanhã no trabalho). Volto de uma festa para casa, para mim cedo, pois sei que tenho de trabalhar amanhã e também sei que costumo ficar até 5 ou 6 numa festa. Na esquina da Souza Lima, rua de Copacabana (O Bairro Carioca mais Famoso no Exterior), vejo um rapaz sentado na esquina, todo lanhado com o olho roxo sendo abordado por um outro camisa sem manga, preta, que me parece ser do Vasco, time de futebol carioca, mais dois rapazes de bicicleta. Apesar do tom meio agressivo, da menina de rua vindo atrás de mim, das “gringas” ao meu lado e do casal de lésbicas um pouco à frente, que depois eu saberia que uma delas era “gringa” também, sigo em frente, atravesso a rua, porém sem deixar de notar o tom de briga da esquina anterior, sem deixar de notar os pensamentos em minha mente, de que vivo num país de merda, apesar do álcool que ingeri, que este é um País perdido, que parece inacreditável que apenas na esquina anterior, na Rua Francisco Sá, há uma delegacia de Polícia, porém ninguém na porta, ninguém lá dentro disposto à fazer algo enquanto assisto aos rapazes, o de camisa sem manga que parece ser do Vasco, e os dois que estavam de bicicleta começarem a bater no rapaz lanhado que estava sentado na esquina obviamente alcoolizado (digo muito mais do que eu ou qualquer outra pessoa que por ali passasse, já que consegui vir andando para casa, e agora escrevo, e ele estava sentado num esquina de COPACABANA, quem mora no Rio sabe o que quero dizer!), enquanto as tais “Gringas” passam por mim, e divago sobre o que fazer.
Atravesso a rua e começo a voltar em direção à Delegacia, agradeço ao álcool que ingeri, pois creio que sem ele eu demoraria mais a tomar qualquer atitude considerando prós e contras; penso em meu Pai; sigo firme em direção à delegacia, penso que não vai adiantar nada, vejo do outro lado da rua pessoas aproximando-se, alguns do lado que sigo também, enquanto os meus companheiros de calçada parecem só querer ver o que acontece, parece-me que os rapazes do outro lado pretendem tomar uma atitude, ouço a menina de rua, que a pouco passara por mim e pelas “gringas”, clamar pela polícia, penso “ela é doida, mas não é má!”.
Sigo pensando no que irei dizer ao entrar na delegacia e temo parecer um bêbado panfletário apenas por causa do Álcool, quando chego piso firme numa chapa de metal da porta da delegacia e esta faz barulho, gosto! Vai parecer um pouco que estou bêbado, mas vai mostrar minha indiguinação (eu disse que antes disso passei pela porta de mesma mirando lá dentro, vi um único funcionário e uma menina sentada na recepção com uma mala?), entro empurrando forte a porta e digo “Boa Noite! Tem três Caras na próxima esquina batendo num cara!”, o funcionário murmura qualquer coisa levantando seu Nextel para mim, ou assim me parece, e entendo que ele já está chamando uma viatura (NÃO HÁ NINGUÉM ALI?? MESMO COM VÁRIOS CARROS PARADOS À PORTA??). Penso ou digo “OK!”, e a menina da recepção me diz estar preocupada também, me pergunta se houve tiro, digo que ouvi algo parecido, ela diz que também. Ao sair da delegacia, um cara num carro preto tenta me falar do acontecido, digo que acabei de delatar, tenho certeza de que o vi na esquina anterior (Souza Lima), ele deu a volta de carro para denunciar? Pensou no seu Pai no caminho? Ainda há pessoas decentes nesta cidade?
Enquanto continuo meu caminho de volta para casa, percebo que as pessoas que vinham em direção ao acontecido e pareciam que iriam tomar uma atitude, pararam para olhar somente. Que agora há muitos rapazes em volta dos 3 espancadores e do rapaz lanhado, todos parecem “amigos” dos 3, me faço claro? Ao menos entre alguns tapas e chutes o cara da camiseta preta de manga curta, que me parece ser do Vasco, tem de gritar para explicar o motivo de tal atitude. Ao cruzar a esquina da Souza Lima, vejo que o rapaz do carro preto está filmando a cena, falo com ele de novo, e ele me diz que é para registrar o tempo que a polícia demora, na farmácia atrás de nós, pessoas comentam o caso, vemos um carro de polícia chegando 3:25 da madrugada, eu olho no relógio e me pergunto se a polícia demorou cinco minutos para chegar? Ou dez? Ou mais? Desde que saí da delegacia, foi rápido até, mas e desde que tudo começou? Ouço alguém na farmácia dizer, “IH! Agora vão todos sumir! Quer ver?”. E ele está certo, todos os “amigos” que em volta estavam vão debandando, ficando apenas os três do começo, o rapaz da farmácia chega a comentar que se o cara que tudo começou, o de camiseta sem manga, continua por ali calmo, e os dois da bicicleta também, é que alguma merda o lanhado fez!
Lamento ouvir tal declaração e vejo o rapaz do carro preto guardar sua câmera e dizer que gravar mais vai comprometê-lo, nos despedimos e sigo para casa, penso que fiz o que podia e que mais poderia me pôr em perigo e continuo vendo os policiais ouvindo os 4 envolvidos, sabendo que o rapaz-lanhado está em desvantagem devido a sua alteração e que é com isso que os outros 3 contam, mas conto com a pertinência dos policiais!
Sigo para casa!
É! Gil! O Rio de Janeiro continua lindo!


Ps1: Para os curiosos: pelo pouco que ouvi parece que o lanhado queria comprar drogas sem ter dinheiro e apesar de já estar devendo.

THANK GOD I DON`T DO DRUGS!!