07 dezembro 2006


Vênus X Marte

Entro no vestiário da academia e escuto o seguinte papo:

Cara 1: - Pô! Eu sei, mas ontem eu ia fazer uma dietinha, comer um franguinho com salada e minha namorada quis sair! Fomos onde? No Deck! (Rodízio de Pizza).

Cara 2: - Mulher é fogo!! Elas preferem a gente gordos!! Minha namorada já me disse que preferia quando eu era gordinho! Sabe por quê? Que é para as outras não olharem para gente! Elas querem malhar, ficar bonitas para os caras olharem, mas a gente não pode!! É fogo!

Ok!! O cara 2 até tem um pouco de razão, mas por que será que as mulheres querem os homens gordinhos? São todas tão inseguras assim?

Os homens são criados e instigados a serem “pegadores”, parece que para provar sua masculinidade tem que ter várias no “currículo” e logo que começam a namorar os amigos “pilham” de que o cara está castrado, está na coleira e etc. Fora que parece que os homens também são criados para não acreditar em fidelidade, ao menos da parte deles, algo do tipo: eu posso, ela não!

Então obviamente as mulheres preferem seus homens gordinhos, isso diminui a chance de serem paquerados por outras, e diminui o risco de serem chifradas, seja por procura ou por recusa a oferta, é mais prático do que emocional!

Já os homens preferem suas mulheres deliciosas, tanto para exibir para os amigos sua grande conquista, quanto por aparentarem ser muito seguros de si. E também por que reza a lenda que mulheres são românticas e fiéis, acreditam no grande amor, na instituição FAMÍLIA, príncipe encantado e tudo mais!

Sem contar a máxima “Mulher gosta de dinheiro, quem gosta de homem bonito é viado!”. E não estou dizendo que as mulheres são interesseiras, mas elas alardeiam que às vezes, charme, inteligência e um bom papo contam mais que beleza física, e parece ser verdade!

Mas fato é que, talvez por instinto, as mulheres procuram um “macho” que possa dar-lhes uma boa prole e “proteção” (num sentido geral de homem provedor e protetor) para si e para a tal prole. E se no tempo das cavernas tal provedor era um bom caçador, estava ligado à força física... Depois passou a ser status, hoje em dia é dinheiro, não? O homem que tem dinheiro é o homem capaz de prover uma vida “segura” para mim e meus filhos.

Mesmo a mulher contemporânea sendo trabalhadora e por vezes podendo sustentar a todos, parece que ainda há a necessidade de encontrar um homem que ganhe tanto quanto ela, se não mais. Vide celebridades, que mesmo consideradas as mais lindas do país namoram homens feios, porém EMPRESÁRIOS!! Até por que ela tem que manter o padrão e garantir o padrão dos filhos mesmo depois de ter partido. Acho que esses conceitos vêm no DNA feminino.

Em verdade, do jeito que as coisas andam as mulheres só precisam dos homens ainda por que como diz a anedota: “Vibrador não corta a grama, não troca a lâmpada e não carrega peso!”. Mas se elas têm dinheiro para o jardineiro e para empregados que troquem lâmpada e carreguem peso...

Por que venhamos e convenhamos, que sexo com boneca inflável é muito sem graça. Frio!! E por mais que Jack Nicholson diga que não paga para ter sexo, mas para não se aborrecer no dia seguinte, os homens adoram ser aborrecidos pelas mulheres!!! Ter alguém para tomar conta deles, resolver as coisas que eles não conseguem e administrar suas vidas, não dizem que por trás de um homem há sempre uma mulher, seja de que tamanho eles forem? Nem que seja a mãe! E ainda nos atendendo às máximas populares: MELHOR COM ELAS, PIOR SEM ELAS!!

Gustavo Porto Klein

19 outubro 2006


O Menino dos Olhos de Lago

Para Gelson Roberto Klein

Filho da Moça dos Olhos de Rio com o Rapaz da Voz de Trovão, nasceu e cresceu na cidade das águas minerais, talvez por isso grande parte da família fora abençoada com olhos cristalinos, ou pelo menos durante muito tempo acreditou-se que fora o consumo de tal água que os dotava da tal característica.

Era uma família humilde, que só Deus sabe como se virou tão bem, tendo em vista que no fim das contas a prole era composta de treze rebentos, entre meninos e meninas, tudo por que o rapaz da voz de trovão queria formar um time de futebol com a gurizada! No fim das contas não conseguiu, mas conseguiu. Antes mesmo de pensar em completar o time teve uma menina; quando estava perto de ter meninos suficientes, o mais velho já tinha saído de casa, sendo seguido logo pelos outros e mesmo assim vieram outras meninas para atrapalhar a vontade do pai. Não que as tenha amado menos por isso, amou igual a todos, amou do jeito que ama um pai que se chama Rapaz da Voz de Trovão!! E provavelmente esse rodízio da permanência de filhos dentro do lar tenha sido a razão pela qual a família, apesar de humilde, jamais tenha passado grandes necessidades, ou melhor, necessidades extremas! Mas o sonho do time viria a se realizar com filhos e sobrinhos, depois filhos e netos e assim em diante.

E assim o Menino dos Olhos de Lago foi crescendo, quem o conheceu mais tarde acha difícil acreditar que tenha sido levado, mas o foi, na medida normal de todo menino, nem demais, nem de menos. Até por que seus olhos estavam lá, cristalinos, para atestar a candura de sua alma!!!!

Mas apesar da bondade de sua alma, num desses revezes da vida, acabou sendo vítima de uma injustiça do destino. Ao passar por trás de um cavalo, este, sabe-se lá por que, assustou-se e deu um coice no menino, custando-lhe quase todos os dentes. E como a família era muito humilde e não tinha condições de pagar-lhe o tratamento necessário, assim teve de viver pelos próximos anos.

Até o dia em que fora visitar uma amiguinha de escola e a mãe da menina ficara encantada com a beleza do menino, beleza não só da alma, mas física. E disse que um menino tão lindo não poderia ficar sem os dentes, deu-lhe de presente toda a restituição da arcada dentária, sem pedir nada em troca, a não ser um sorriso, dos lábios e dos olhos.

Os anos foram passando, ele mudou de cidade, arranjou empregos, foi fazendo a vida, até o dia em que foi parar numa outra cidadezinha onde conheceu a Menina da Alma de Festa, apaixonou-se imediatamente, não se sabe se por sua beleza, por ela ser inteligente, mas provavelmente tenha sido por sua alegria de viver, parece que era isso que mais o chamava atenção em uma mulher, a alegria de viver.

Com o passar do tempo, eles namoraram, noivaram, casaram e tiveram três lindos filhos: o Severo Jovial, o Cabeça de Nuvens e Taurina da Alma de Leão e Coração de Açúcar.

Mas por venturas do destino acabaram por se separar. A Menina da Alma de Festa mudou de cidade, e ele foi seguindo com sua vida.

Foi quando conheceu Mistéria, a mulher de mil faces, que variavam de acordo com época, humor e circunstancias...Mas não é assim com todos nós?

O fato é que acabaram por se casar, por que ela também possuía uma grande alegria de viver, mesmo que por um tempo, ou pelo menos em certas circunstâncias, ela mesma pareça ter esquecido isso! E ela fora muito importante para ele, uma segunda mãe para seus filhos, lhe deu grande apoio quando ele precisava, enfrentou muita coisa por ele, enfim fora importante para eles. Mas mais uma vez quis o destino que por ventura não fosse ela a destinada para ser para sempre. O Menino dos Olhos de Lago, mais uma vez enfrentava um momento difícil e importante, mas o fez mais uma vez com gentileza e dignidade, como lhe era tão natural.

Antes mesmo de que pudesse superar essa dificuldade, Deus quis levar para seu lado o Rapaz da Voz de Trovão, isso por que alguns anos antes já levara uma irmã sua, a Moça dos Pulsos de Ferro e Alma Doce. E era muito difícil compreender a razão de todos aqueles acontecimentos.

E se perguntava: “Por quê os bons sempre sofrem?” E não se referia a si, mas a sua mãe que também fora vítima desses recentes acontecimentos entre outros...E sabe-se lá quais outras desventuras não sofrera ao longo da vida.

Talvez a razão para isso seja a eterna briga entre Deus e o Diabo. Deus faz com que os seus sofram, por que é através do sofrimento que se adquire sabedoria. Já o Diabo evita que os seus sofram e até lhes proporciona prazeres, pois sendo quem é e sabendo que as pessoas são ensinadas a evitá-lo, tem de utilizar-se desses recursos para mantê-los ao seu lado. A sabedoria é a forma que Deus tem de garantir que o Bem sempre vença. Portanto, o sofrimento garante que o Bem prevaleça. Por mais contraditório que possa parecer.

Não que isso amenizasse os natais que passara sozinho, por estar longe da família e sem dinheiro para visitá-los e tantas outras situações.

E mais uma vez ele teve de ser forte e superar essas agruras.

Mas logo, logo, ele reencontrou uma antiga amiga, a Moça da Risada Frouxa - preciso dizer que ela tem uma enorme alegria de viver??? E começaram a namorar.

Depois disso? Bem, depois disso cada um foi levando sua vida. Como essa história termina? Ainda não sei, um dia quem sabe, volto aqui para contar! Felizes para sempre é difícil de dizer, há quem inclusive ache que a felicidade não existe e entendo que às vezes a vida pareça tão dura que nos faça crer assim, mas acho que tudo é uma questão de perspectiva. Mas mais uma vez, não é assim com tudo na vida?

Gustavo Porto Klein


22 setembro 2006


PARA A CARÊNCIA DE UM MENINO


O pequeno menino carente havia partido deixando um grande vazio, desses que meninos carentes deixam para trás quando mudanças ocorrem em suas vidas, sejam elas pequenas ou grandes. O fato é que essa mudança no cotidiano de até então, deixada pela recente ausência de um menino carente, é sempre perturbadora. E geralmente essa perturbação é a de que com essa ausência nos encontramos carentes também. E digo também, por que não se sabe se os meninos carentes o deixam de ser depois da mudança.

Mas essa perturbação era maior do que uma simples carência, não que ela não existisse, existia sim! Mas além dela existia ainda a ausência da esperança, da possibilidade, de experiências não vividas, palavras não mencionadas, gestos não trocados, desenvolvimentos não acompanhados. E todas essas ausências eram sentidas verdadeiramente, independente de se em maior ou menor grau, de acordo com a longevidade da presença de até então.

Por que o fato é, que independente de generalizações, este menino carente em questão era de um presente recente, mas isso pouco importava. Assim como não importava encontros ou desencontros, fisicalidades ou não. O que importava eram os momentos, ainda que poucos, significativos, algo especiais e até mesmo lúdicos. Momentos de companhia, independente de como ela se dava, quando um ou outro precisava, quando se precisava de alguém para conversar ou para escutar, ou quando se precisava de alguém que nos faça sentir bem simplesmente com sua companhia.

E eram nesses momentos que eles se encontravam, e se regozijavam com aquela companhia, por que talvez nem soubessem que precisavam. E independente de se rapidamente ou por pouco tempo, se estavam distantes, ou sequer se chegariam a se re-encontrar... O que importava é que alguma coisa ficou, por que alguma coisa sempre fica.


Gustavo Porto Klein





17 agosto 2006


WILL EISNER EM CARNE E OSSO.

A constatação do título parece absurda e mentirosa. E seria se levássemos em conta o fato de Will Eisner estar morto, porém se considerarmos o que se vê em Avenida Dropsie, espetáculo da Sutil Companhia de teatro, em cartaz no Caixa Cultural, vulgo Teatro Nelson Rodrigues, acabaremos por ter de dar o braço a torcer.

Para quem não sabe Will Eisner foi um gênio que revolucionou uma forma de expressão artística, muitas vezes tida como menor, os quadrinhos. E aqui não me refiro à quadrinhos da Turma da Mônica, ou Batman e Superman (apesar desses também terem sofrido a influencia de Eisner no final da contas), mas quadrinhos em toda a sua extensão de gêneros, e acreditem são vários. Enfim, o que importa é que Eisner foi inovador nessa forma de narrativa criando formas de expressão nesse meio que influenciam artistas até hoje. E como se pode perceber não só da mídia dos quadrinhos.

As histórias de Eisner em sua grande maioria eram sobre pessoas comuns e suas cidades, ou sobre as cidades e suas pessoas “comuns”, o que a principio parece ser entediante, já que não se têm alienígenas, nem detetives vestidos de criaturas noturnas combatendo maníacos fugidos do circo, superpoderes ou qualquer coisa que o valha, mas não é, são histórias fascinantes e extremamente poéticas, o que não quer dizer chatas.

E é isso que vemos nesse espetáculo, puro Eisner. O edifício está lá com seus personagens urbanos, desses rostos perdidos na multidão pelos quais passamos todos os dias e que de tão comuns escondem histórias fabulosas, histórias das quais vislumbramos pequenos flashes sem acompanhar a saga deste ou daquele personagem, mas não é assim na vida?

E se temos os elementos de Eisner, temos também a indefectível tela da Sutil Companhia de Teatro, sem falar na trilha sonora, que dessa vez parece mais funcional ao espetáculo do que nunca, pois ali podemos ver os títulos das histórias, os recordatórios e temos a sensação de estar vendo quadrinhos em movimento.

Sem contar o fato de que o protagonista do espetáculo é Will Eisner, que está ali em essência em cada detalhe.

Para quem conhece Will Eisner uma boa forma de reencontrá-lo, para quem não conhece uma grande oportunidade, para quem não gosta nem de quadrinhos e nem de teatro, uma boa chance de se dar a oportunidade, e de reconhecer ali tantas pessoas de nosso dia-a-dia de uma forma ou outra.

Um espetáculo lúdico, sem ser piegas, lírico, sem ser chato, engraçado, sem apelar.

Como diria meu “mestre” Caio Fernando Abreu... “E de repente começou a chover...”.

Gustavo Porto Klein

09 agosto 2006

GÊNESE DOS NOVOS FILÓSOFOS

Camilo Pellegrini que me perdoe, mas tive q pegar parte do título de sua última peça emprestado...

A questão é a seguinte, um estranho pensamento me assola ultimamente...ao conhecer e conviver com artistas, filósofos, pensadores, intelectuais e etc...tem umas horas que penso "Ai!! que Gente chata!!". Por que tudo tem que ser sempre tão profundo, embasado, ter uma questão capital, ter uma explicação criativa ou filosófica, ou seja, lá o que for?? Não dá para relaxar e deixar as coisas serem??

E o discurso?? Por Que o discurso sempre tem que ser empolado, soar pretensamente erudito?? ai...preguiça!!!

Mas o que acho realmente estranho, é que antigamente filósofos, intelectuais e artistas eram boêmios, saiam, viviam nas ruas no meio do povo, viviam e viam a vida acontecer, para a partir disso extrair seus pensamentos. Hoje em dia as pessoas que se autodenominam como tal, vivem quase que trancafiadas em casa, fumando maconha e extraindo seus pensamentos dos livros que lêem e dos jornais, sim, por que intelectual que se presa não vê televisão!! Se a pessoa não vive e não vê os outros viverem, como ela tem qualquer tipo de pensamento sobre a vida??

Por isso acabo por achar que os verdadeiros filósofos são os porteiros, os taxistas, domésticas, manicures, primeiro por viverem e verem vida mais que ninguém!! E segundo por que o discurso, ah!!! o discurso...é ai, bruto, na lata, pão pão queijo queijo, sabe? Dizem tudo o que tem que ser dito da forma mais simples e direta possível e ali está todo um tratado de filosofia real e pertinente, sem ter que fazer voltas e voltas, de fala empolada para parecer mais inteligente ou genial, SÃO GENIAIS, PONTO.

ESSES É QUE SÃO SO VERDADEIROS ARTISTAS E FILÓSOFOS DA ATUALIDADE!!!!

27 julho 2006

Na Cerimônia do Oscar desse ano a grande surpresa foi a vitória de “Crash - No Limite” sobre o franco favorito “O Segredo de Brokeback Mountain”, mas de certa forma, parece que assim a premiação acabou sendo mais justa ao laurear esses dois filmes, que no final das contas, falam da mesma coisa!

“Brokeback Mountain” causou sensação por ser o primeiro filme que aborda um relacionamento amoroso gay entre homens de maneira séria e que foi respeitado por isso, vide os prêmios que recebeu, e sendo bem recebido tanto por crítica quanto público. E é nisso que parece residir o maior trunfo do filme, sem desmerecer suas qualidades enquanto obra cinematográfica, mas o fato de que alarga seu alcance para algo além da comunicação emocional direta de uma obra de arte com seu espectador. Se por um lado a questão do preconceito está presente no filme de forma indireta, é mencionada, sentida, mas não é o foco da história, ainda que seja o preconceito alheio ou do próprio personagem consigo mesmo (esta sim mais forte e relevante para o desenvolvimento da trama). É justamente a questão do preconceito fora das telas que dá destaque ao filme, o preconceito que o filme, apesar de abordar um relacionamento que parecia tabu, acabou não sofrendo, sendo bem recebido por críticos e meio artístico e surpreendentemente, ou não, bem recebido pelo público.

Na contra mão, ou talvez de mãos dadas, encontra-se “Crash”. O filme aborda em primeiro plano a questão do preconceito, de diversas formas e em diversas questões. Seu grande trunfo é que ao contrario do que se pensa a primeira vista, onde se acha que ele pretende ser moralizador ao colocar os personagens em situações que lhes são “momentos de revelação e ensinamento”, o cerne da obra consiste em demonstrar como grupos que são vítimas de preconceito acabam estigmatizados, quase sacramentados nos preconceitos que sofrem devido às atitudes reiterativas de indivíduos de tal grupo, quer eles estejam conscientes de tais atitudes, como o da dupla de assaltantes, ou não, como Sandra Bullock.

O roteiro além de possuir alguns diálogos extremamente realistas, que parecem tirados da sala do vizinho ao lado, consegue dar conta de uma gama de situações com pouquíssimos personagens, mostrando todas as aparições do preconceito e das reiterações, seja pelo “preconceituado” ou pelo preconceituoso, indo fundo na ferida ao mostrar que mesmo quando se tenta fugir do papel de preconceituoso, as circunstancias podem levá-lo a este lugar.

Paul Haggis demonstra que além de bom roteirista, por este com Bobby Moresco e por “Menina de Ouro”, tem um futuro promissor como diretor, ao conduzir um filme que mescla uma certa dose de humor, sem apelar para fórmulas convencionais, com a dose certa de dramaticidade e boas atuações e que nos deixa perguntando não só quando podemos estar sendo preconceituosos, mas quando podemos estar reiterando preconceitos dos quais somos vítimas, já que na sociedade contemporânea até mesmo pessoas lindas, ricas, inteligentes, saudáveis, bem sucedidas e aparentemente com mais virtudes do que vícios, também são vítimas dessa “praga”.