19 março 2008


“Espelho, Espelho meu...

Para Deborah Bapt

... Existe alguém mais belo do que eu?”, e o espelho respondeu: “Isso importa?“. “Não importa?”, mais intrigado perguntei, responde novamente o espelho: “Procure dentro de si para achar as questões que realmente importam e lá ainda encontrará as respostas.”.

Tantas perguntas e tantas respostas encontrei e o mais incrível era perceber que por vezes as questões se repetiam e encontravam novas respostas. E óbvio que para novas perguntavas viriam velhas respostas.

Foi então que dentre estas idas e vindas dialógicas que percebi que precisava encontrar um novo jeito de “amar”, assim entre aspas porque não sei ao certo se era isso, talvez fosse relacionar-me, mas enfim algo do gênero. Percebi que precisava deixar mais livre, para ter retorno, esperar menos, criar menos expectativas, para que aquilo que viesse fosse uma grata surpresa. Por que o esperado dificilmente viria, mas o que viesse poderia ser ainda mais prazeroso e gratificante. Ter menos ciúmes, pois este não me traria nada a não ser dor para mim mesmo. Difícil? Muito, mas ainda sim necessário.

Porque percebi também que o cotidiano me desgasta, anseio pelo novo, pela mudança, e se obtivesse aquilo que eu insistia em me fazer crer que queria tanto, talvez enjoasse e dispensasse. Então não seria justo com outrem que acabaria vítima de meus caprichos. Deixar-se seduzir por mim, realizar minhas vontades, para em seguida ver-se só, triste e vítima dessa minha loucura da busca pelo novo.

Talvez então buscar essa nova forma de relacionar-me e de vencer aquilo que me parece imposto pelo corpo social, as “regras”, tão já enraizadas em mim, seja a solução. O duro é identificar-me com certas regras, é parecer que elas são os meus desejos, daí fica difícil superá-las. Como se supera uma vontade em prol de um ideal? Como segurar um impulso, respirar, e lembrar-se de que numa reflexão sobre si concluiu-se que era melhor outro caminho, levando em conta características que não têm a ver com aquela simples vontade momentânea? Como reagir quando simples vontades não são atendidas, como encontrar serenidade quando sentimentos intensos afloram, para mesurá-los e encontrar uma ação/resposta pertinente?

Tantas perguntas que encontram respostas, mas que voltam a ser perguntadas e re-respondidas, por respostas que levam às mesmas perguntas, porque provém de circunstâncias vividas. Tantas perguntas. Tantas.

“Qual o segredo do labirinto?”, perguntou Alice. E o Rei respondeu: “Você começa pelo começo, passa pelo meio e quando chegar ao final... Você PARÁ!”

4 comentários:

Arame disse...

Amor entre aspas pra mim é jardinagem!

Gabriella Orlani disse...

Fui te fuxicar até que achei seu blog =)

Um resposta pra uma pergunta, nunca satisfaz. Queremos sempre mais respostas pra mesma pergunta, só que ao mesmo tempo novas perguntas surgem. Meio complicado, mas me entendeu? hahaha

Saudade!
um beijo

Landi disse...

Lindo...........como vc.Como La Bapt. Beijos.

Anônimo disse...

Esses espelhos convexos quando resolvem ficar côncavos são um perigo.
Bjs.
Rosa Berg